segunda-feira, 9 de janeiro de 2012 6 << Comentário >>

O medo e o não-medo .

Seu maior medo era também o seu menor. Sentia medo de muitas coisas, sentia medo de tudo e muitas vezes se via sem medo de nada. Seguro, irredutível. O medo de errar é natural, porém, ele não o possuía por inteiro. Fazia o que achava certo, o medo o bloquearia. Ter medo era negar a coragem e sua coragem é absolutamente invejável. Ele tinha coragem de errar, tinha coragem de largar seu orgulho e de se mostrar frágil. Assumia seus sentimentos, não os mascarava, pois mascará-los seria ter medo de demonstrá-los, e desse pecado ele não padeceria. Não tinha medo de ter medo e ter que assumir. É óbvio que temia o homem armado, o animal selvagem, o carro em alta velocidade, a morte, a solidão. Mas não é desse medo que falo. Falo de um medo mais profundo, um medo sutil, porém arrasador, que não consigo explicar, nem eu e nem ele, pois não o conheço muito a fundo e, ao mesmo tempo, o conheço profundamente.
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