terça-feira, 29 de maio de 2012 3 << Comentário >>

Morte | adiV .


Sinto cheiro de flor e terra. Busco respostas para a minha condição e logo encontro. De imediato recordo-me do medo que tinha de tudo isso. Na realidade sempre disfarcei bem o meu medo dando a ele o nome de pena. Era uma espécie de autopiedade por ter a certeza de ter ficado para trás. Os jornais sairão, a partir daqui, com conteúdos os quais jamais poderei saber. A juventude lançará novas manias que estarei impossibilitado de criticar. O mundo girando, novos poetas, novas músicas e eu aqui.

Sete palmos o separavam totalmente da realidade a que pertencia até ontem. Tentou se mover, mas tudo permaneceu estático. Sentiu-se morto, mas não estava. Ainda não.
quarta-feira, 23 de maio de 2012 7 << Comentário >>

Vivit Sub Pectore Vulnus .

Treinei, com muita força, pra que nada de ruim acontecesse. Eu repeti pra mim, várias vezes, que tudo não passara de um pesadelo, ou um sonho (ainda não sei dizer). Me convenci e sobrevivi a tudo, estou aqui.   E aí eu leio um texto e me vem você. E aí tudo muda e o mundo se acaba mais uma vez. Eu poderia não ter lido e ter ignorado a semelhança, mas eu quis mais, eu fui além e vi que cada ponto e cada vírgula era eu e era você. Éramos nós ali, não sei como, mas habitávamos em cada linha e até nas entrelinhas daquela crônica. Nossa história foi escrita por um desconhecido, pois não tive condições de o fazer. Então eu me lembrei que te fiz acreditar que a distância nos faria bem, você acreditou e eu não. Você voltou a viver e eu não.

Vivit Sub Pectore Vulnus: A ferida ainda vive no coração
sexta-feira, 4 de maio de 2012 8 << Comentário >>

Nossas 24 horas .



Era como se tudo pudesse acontecer em átimos, vivíamos na eminência de qualquer coisa, mas tudo permanecia igual. O dia corria com suas 24 horas como era de costume: horas, minutos, e intermináveis segundos. Assegurávamo-nos no destino, tínhamos em mente que ele traria tudo, inclusive a felicidade que estava sempre na porta, quase entrando. Foi assim durante anos, se o sol não saísse desistíamos da praia, e por isso perdemos a oportunidade de tomar banho de mar e de chuva ao mesmo tempo. Nos tornávamos a cada dia mais idênticos a nós mesmos, construíamos nossa padronização de tudo, nosso primeiro nome se tornou monotonia. Certo dia um amigo perguntou-me: Em que você acredita: destino ou escolha? - No dia, eu não soube responder, pois tudo era tão automático que não estava acostumada a parar e pensar. Porém, hoje, acho que estou no meio dos dois, em cima do muro. Não consigo descartar nenhuma das possibilidades, pois somos muito do que escolhemos e nada acontece que já não esteja traçado em nossos destinos.
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