Mesmo que amemos por toda uma vida, ainda assim, não saberemos o que é o amor, pois não temos a capacidade de mergulhar no outro, mergulhar no sentimento alheio. Não dizendo que não podemos amar sozinhos, sim, podemos. Mas como saber se o que sentimos é realmente o amor? O amor é, ao mesmo tempo, aurora e crepúsculo, bem e mal, começo e fim. A característica maior do amor é sua capacidade de ser construído. Na realidade, acredito que o amor seja exatamente isso: uma interminável e incansável construção. O amor não é o fogo, o incêndio. Não queria cair na mesmisse de dizer: isso é paixão. Na realidade, eu também não sei. Mais uma coisa é fato: isso não é amor. Pode até ser uma de suas linguagens, uma forma mixuruca e sem consistência de amor. O amor é o que não se descreve, não se explica, não se conhece. O amor não é submissão, também não é dependência e nem julgamento. O amor detesta livros de auto-ajuda. O amor não é aquela coisa melada, melancolica, pálida, sofrida. O fim do amor é quando tentamos transformar em linha reta o que se caracteriza nó. Tentamos transformar essa inconstância em regras, simetrias, linearidade.
Madness
Há 3 anos